Como a escola deve falar de sexo?

Pesquisadores afirmam que os jovens na fase dos primeiros namoros devem receber orientações sobre sexo sem mitos nem preconceitos

12/06/2013 14:43
Texto Mariana Queen
Educar
Foto: No Brasil, 44,7% dos estudantes têm vida sexual ativa

No Brasil, 44,7% dos estudantes têm vida sexual ativa

Falar de sexo com crianças e adolescentes é papel dos pais, certo? Sim, mas é importante que esse assunto também seja abordado em outros ambientes de convivência dos jovens, principalmente na escola. Afinal é no ambiente de estudos que aparecem as principais mudanças nas relações afetivas entre as crianças e os jovens: no primeiro ciclo de aprendizagem, o namoro inocente; já no Ensino Médio, namoros que fomentam vontades e descobertas sexuais se tornam mais comuns.

“Hoje o sexo é abordado livremente na televisão e nas revistas. É preciso tratar do assunto também na escola”, diz Ademar Francisco da Silva, coordenador da Escola Estadual Ary Corrêa, de Ourinhos, interior de São Paulo. “A escola tem de informar os alunos e tirar suas dúvidas, porque estudante precisa conhecer cientificamente o que acontece com seu corpo”, completa. Ainda que o assunto seja tabu para muitas famílias, é preciso assumir o tema precisa ser abordado com os jovens já que o sexo está presente na vida.

Qual deve ser o foco da discussão sobre sexo? A pesquisa “Retrato do Comportamento Sexual do Brasileiro”, realizada pelo Ministério da Saúde em 2009 com 8 mil pessoas, mostra que 35,4% dos brasileiros fizeram sexo antes dos 15 anos de idade. É fato: crianças e adolescentes estão descobrindo a sexualidade e os limites do próprio corpo cada vez mais cedo. Por isso o foco deve ser a orientação sexual, mesmo. É preciso passar a informação sem reforçar mitos e preconceitos e possibilitando o diálogo da forma mais aberta possível. E isso deve acontecer tanto na escola quanto em casa.

“Existe uma crença equivocada de que fornecer Educação Sexual é o mesmo que incentivar a inicialização da vida sexual na escola”, diz Isabel Botão, técnica do Departamento de DST/ AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Ela acredita que é indispensável a criação de um canal confiável de debate sobre o tema nas escolas, local onde as crianças e os adolescentes passam a maior parte do tempo. “Sexo faz parte do cotidiano do jovem, não adianta negar”, diz.

Fonte: Educar para crescer

O e-book não é um desserviço à cultura – é a solução

No Brasil, a​ única forma economicamente viável de colocar mais livros nas mãos das crianças é por meio do livro digital​
Para Matheus Perez, o e-book é a potencial solução para a falta de leitores. | © Divulgação

Para Matheus Perez, o e-book é a potencial solução para a falta de leitores. | © Divulgação

Trabalho diariamente com e-books na Árvore de Livros, uma plataforma de biblioteca digital voltada para escolas de ensino fundamental e médio, e foi com natural atenção que acompanhei a discussão em torno do artigo “Um e-book de fracasso“, publicado terça-feira passada, 21/6, na coluna do escritor Paulo Tedesco, no PublishNews. Concluí a leitura da coluna com certo pesar, não porque o autor não acredita no potencial dos livros digitais, mas porque o discurso exposto por ele repete o que muitas e muitas vezes ouvi de pequenas e médias editoras, justificando o por quê de ainda não publicarem livros digitais.Mas diferente de Tedesco, eu acredito que o ebook está longe de ser “inútil” ou um “desserviço à cultura”. Dessa forma, eu gostaria de complementar a excelente resposta de André Palme publicada no mesmo dia.

Para entender porque o e-book é importante, é necessário primeiro delinear qual o estado do mercado editorial e da leitura hoje no Brasil, e para isso nada melhor do que alguns dados já bem familiares aos editores:

  • O faturamento das editoras está estagnado há pelo menos uma década, com queda real nos últimos três anos. (Fonte: PublishNews)
  • Quase metade das livrarias estão concentradas nas capitais. (Fonte: ANL, infelizmente dados de 2011)
  • Cerca de 73% dos municípios do país não possuem livraria. (Fonte: IBGE)
  • Cerca de 64 mil escolas públicas (53% do total) não possui biblioteca. (Fonte:Agência Brasil)
  • Os índices de leitura no país são pífios. Apenas 56% da população tem o hábito da leitura. O brasileiro lê em média apenas 4,96 livros por ano. (Fonte: Retratos da Leitura)

A isso, somam-se as dificuldades de logística muito bem conhecidas pelas editoras e livrarias – em alguns municípios do país, o livro simplesmente não chega, ou pode demorar até dois meses para chegar, basta testar em qualquer loja virtual. O custo do frete para os estados mais distantes do eixo Rio–São Paulo pode chegar a um terço do valor de capa do livro.

Não é de se estranhar que com tamanha falta de acesso ao livro, o brasileiro não leia o quanto deveria, ou o quanto o mercado gostaria. Não pretendo entrar na questão cultural que nos trouxe a este estado, nem nas idiossincrasias da relação que o brasileiro tem com o livro. Em vez disso, vou focar apenas na questão do acesso.

Só existem duas maneiras (nada fáceis) de o mercado editorial sair de vez do marasmo econômico e moral em que se encontra. A médio prazo, fazer os livros chegarem a cada vez mais brasileiros, ou seja, garantir maior acesso. A longo prazo, formar mais leitores.

Nada disso que eu estou dizendo é novidade, e para fazer isso acontecer é necessário certo idealismo. Mas se não for por idealismo, por que alguém trabalharia com livros no Brasil?

Ser idealista é a única solução ante o cenário apresentado acima. Mas instalar bibliotecas e livrarias físicas é caro, e mudar os hábitos de adultos quase impossível. A solução é trabalhar as escolas. Colocar cada vez mais livros nas mãos das crianças e dos adolescentes. A única forma economicamente viável de fazer isso hoje no Brasil é por meio do e-book. O acesso à internet fixa e móvel cresce hoje mais rápido do que a construção de bibliotecas nas escolas ou a instalação de livrarias nos municípios. Segundo a Anatel, 84% dos municípios brasileiros possuem cobertura 3G.

É necessário deixar de lado a birra contra os e-books. Dadas as dificuldades apresentadas acima, a presença do livro digital nas escolas se revela uma alternativa viável (se não fundamental) para a criação de novos leitores, pois é na idade escolar que se forma o gosto pela leitura.

A presença da internet móvel e dos mais de 168 milhões de smartphones no país (FGV-SP) tornou desnecessário que as escolas tenham internet em sala de aula para que possam aproveitar dos benefícios oferecidos pela leitura digital. Afirmo isso pela experiência que tenho vivido na Árvore de Livros. Algumas das escolas que utilizam a nossa plataforma estão em comunidades periféricas e carentes, e não possuem acesso à internet. Mesmo assim, estão entre as escolas com os melhores índices de leitura dentro da Árvore. Não é difícil descobrir o por quê – em locais onde não há livrarias ou bibliotecas, os alunos vão aproveitar qualquer oportunidade de acesso à leitura que tiverem. Imagina então quando eles puderem ler o que querem na tela do próprio celular?

Mesmo entre as escolas de classe média, os índices de leitura aumentaram consideravelmente desde a adoção da leitura digital. Em um grande colégio de Curitiba, foram feitos 500 empréstimos de livros nos primeiros cinco dias desde a adoção da Árvore de Livros. A média geral de leitura de todas as escolas aumentou oito vezes dentro da plataforma no último ano.

Esses dados são animadores, e se referem apenas a uma das plataformas de leitura digital. E trata-se de uma plataforma nova, que está apenas começando a explorar todo o potencial oferecido pelas escolas brasileiras, mas mesmo assim já está formando leitores.

É por isso que posso afirmar com certeza que o e-book não é inútil, e nem é um “desserviço à cultura”. O ebook é, sim, a potencial solução para um dos principais problemas culturais do nosso país: a falta de leitores.


*Matheus Perez é responsável pelo relacionamento com as editoras da Árvore de Livros, uma plataforma de biblioteca digital que atende a escolas em todo o país, possibilitando que crianças e adolescentes tenham fácil acesso a milhares de livros. É formado em Produção Editorial pela Universidade Anhembi Morumbi e anteriormente trabalhava no PublishNews. Já passou pela SBS e pela Globo Livros, além de ter trabalhado como revisor, preparador e tradutor freelancer para diversas editoras.

Fonte: Publishnews

O que revelam os dados sobre alfabetização nas escolas públicas brasileiras

A descoberta da escrita pode ser uma experiência instigadora, mágica e lúdica. Fato que muitos de nós, professores, testemunhamos na escola, em nossas casas e nas diversas relações sociais quando as crianças estão aprendendo a ler e redescobrem o mundo.

Crédito: Shutterstock

A realidade da alfabetização, porém, é cheia de obstáculos para muitas escolas públicas brasileiras. Os resultados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), publicados em 2015, mostraram que 22,21% das crianças no 3º ano do Ensino Fundamental só desenvolveram a capacidade de ler palavras isoladas. Em escrita, 34,46% desses alunos não têm aprendizagem considerada adequada.

De modo geral, há uma inquietação entre os professores do 3º ano de que os colegas dos anos anteriores aprovam os estudantes sem que eles tenham aprendido o esperado. Os docentes de 1º e 2º anos, por sua vez, parecem ter uma compreensão equivocada da progressão continuadae a exercem como se fosse aprovação automática: as crianças progridem no ciclo, mas não aprendem. Assim, os três anos iniciais que compõem o ciclo de alfabetização e que deveriam favorecer a introdução, o aprofundamento e a consolidação das aprendizagens dos estudantes, segundo o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), não parecem cumprir essas tarefas.

O fenômeno da defasagem idade/série é abordado de forma sensível pelos estudos de Giana Yamin e Roseli Mello (disponível para download aqui). Diogo, 12 anos, cursava pela quarta vez a 2ª série do Ensino Fundamental, oito de seus colegas eram repetentes e a metade da classe não lia convencionalmente. Nas narrativas que se seguem Diogo e Fábio, 10 anos, refletem sobre o sentido das práticas docentes:

– Ela só escreve e não ensina. Ela lê, e não ajuda a gente ler.
– A professora passa matéria no quadro. A gente copia. Ela passa coisa no quadro, a gente copia e, aí, ela passa coisa no quadro (…). Quando ela chega, passa mais matéria.
– Só sei ler essa palavra aí. Essa outra não.

Pelos diálogos, fica evidente que os estudantes enxergam as lacunas de sua aprendizagem, sentem-se desconfortáveis e sofrem nessas experiências pedagógicas.

Recentemente, me emocionei com o relato de um projeto da professora Ilca Cafezeiro Almeida, da EM Tenente Almir, no Seminário Regional do Programa Nossa Rede, em Salvador. Ela orquestra uma sala do 3º ano em que nem todas as crianças estão alfabetizadas. Mas, envolvidas pela curiosidade em um estudo sobre os animais marinhos, as crianças se encorajaram e encontraram outro motivo para investir na leitura e na escrita: desbravar outros universos.

Afinal, quem se responsabiliza pelos estudantes que não estão progredindo no ciclo inicial da alfabetização? Nós, professores, a partir de ações colaborativas, somos encarregados por essa construção. Como a sua escola está enfrentando essas dificuldades? É possível realizar outras estratégias didáticas nas quais ler e escrever tenham sentido para as crianças? Entre na roda e compartilhe conosco a sua opinião e suas experiências como educador!

Um abraço,
Neury

 

Fonte: nova escola

Lei inclui artes visuais, dança, música e teatro no currículo da educação básica

Foi publicada nesta quarta-feira (3) a Lei 13.278/2016, que inclui as artes visuais, a dança, a música e o teatro nos currículos dos diversos níveis da educação básica. A nova lei altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB — Lei 9.394/1996) estabelecendo prazo de cinco anos para que os sistemas de ensino promovam a formação de professores para implantar esses componentes curriculares no ensino infantil, fundamental e médio.

A lei tem origem no substitutivo da Câmara dos Deputados (SCD)14/2015 ao projeto de lei do Senado (PLS) 337/2006, aprovado no início de abril pelo Plenário do Senado. O texto foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff na terça-feira (2) e vale a partir da data de publicação.

A legislação já prevê que o ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, seja componente curricular obrigatório na educação básica, “de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”.

A proposta original, do ex-senador Roberto Saturnino Braga, explicitava como obrigatório o ensino de música, artes plásticas e artes cênicas. A Câmara dos Deputados alterou o texto para “artes visuais” em substituição a “artes plásticas”, e incluiu a dança, além da música e do teatro, já previstos no texto, como as linguagens artísticas que deverão estar presentes nas escolas.

Para o relator da matéria na Comissão de Educação (CE), Cristovam Buarque (PPS-DF), a essência da proposta foi mantida no substitutivo da Câmara.

— Esse é um projeto que só traz vantagens, ao incluir o ensino da arte nos currículos das escolas. Sem isso, não vamos conseguir criar uma consciência, nem ensinar os nossos jovens a deslumbrar-se com as belezas do mundo, o que é tão importante como fazê-los entender, pela ciência, a realidade do mundo — observou Cristovam, na discussão da matéria em Plenário.

Fonte: Agência Senado

Enem 2016 tem mais de um milhão de inscritos em menos de 24h

Inscrições ocorrem até o dia 20 de maio. Provas ocorrem em 5 e 6 de novembro.

Mais de um milhão de estudantes se inscreveram para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2016 em menos de 24h do início de abertura. Até as 9h30 desta terça-feira (10), 1.018.148 candidatos estavam inscritos para as provas, segundo o Ministério da Educação.

As inscrições foram abertas na manhã desta segunda-feira (9) e podem ser feitas até as 23h59 do dia 20 de maio, pelo site http://enem.inep.gov.br . Para se inscrever, os candidatos precisam ter em mãos o RG e o CPF – menores de 18 anos que ainda não tiverem os documentos precisarão providenciá-los. Também será obrigatório informar um endereço de e-mail e um celular, o município onde farão a prova e a língua estrangeira do teste de linguagens (inglês ou espanhol).

No Enem, há a possibilidade de declarar carência para pedir a isenção. Entretanto, quem declarou carência em 2015 e não compareceu às provas perde o direito neste ano. Uma das queixas do primeiro dia de inscrição foi sobre erro no site do Inep que, segundo usuários, aponta como faltosos alunos que teriam feito o exame. De acordo com o Inep, os problemas foram resolvidos.

Provas
Neste ano, as provas serão realizadas nos dias 5 e 6 de novembro. No primeiro dia, sábado, o candidato terá 4 horas e 30 minutos para responder questões de ciências humanas e de ciências da natureza. No domingo, ele terá 5 horas e 30 minutos para as perguntas de linguagens, códigos e suas tecnologias, matemática e redação. Neste ano, as provas serão realizadas nos dias 5 e 6 de novembro. No primeiro dia, sábado, o candidato terá 4 horas e 30 minutos para responder questões de ciências humanas e de ciências da natureza. No domingo, ele terá 5 horas e 30 minutos para as perguntas de linguagens, códigos e suas tecnologias, matemática e redação.

Os portões serão abertos às 12h e fechados às 13h, no horário de Brasília. As provas começarão, nos dois dias, às 13h30. Os gabaritos oficiais das questões objetivas serão divulgados pelo Inep até o dia 9 de novembro. Já os resultados ainda não têm data marcada para serem apresentados.

Fonte: G1